Chegou o Grafeno na “mídia” dia 5/10/2010 foi anunciado o Nobel de Física para Andre Geim e Konstantin Novoselov, por suas descobertas sobre o material bidimensional, aplicáveis à física quântica. O material é apontado como um ótimo condutor e candidato a suplantar o silício na fabricação de eletrônicos e de computadores mais eficientes. Vale apontar que “shows aparte” o grafeno foi “previsto” desde 1947 e que os pesquisadores tem o mérito mesmo é de ter viabilizado um método para obter o material.
Daí surgiu a dúvida é, só por mero entretenimento, procurei “grafeno” nas pesquisas nacionais do CNpq e ... Olha a surpresa! Temos alguns pesquisadores sobre o assunto, encontrei rapidamente duas teses sobre o assunto (faça o teste entre e digite) . Agora como leiga no assunto eu me pergunto. 1) Ou a mídia veicula erroneamente o fato, passando a impressão nítida de que é uma novíssima descoberta OU 2) Nossa estrutura de pesquisa nacional não está sendo o suficientemente reconhecida internacionalmente. OU como diria... Seu Justino: “ambas ao mesmo tempo”.
Veicular a noticia parcialmente reforça a ideia chauvinista de que “lá fora se faz ciência” e ..... Para muitos a frase se completa com.... “aqui não”. Quando o CNpq tem anunciado crescimento no volume de pesquisas e financiamento (dados disponibilizados no próprio site) não deveria de haver uma mobilização para entender realmente o que foi a descoberta e pelo menos pincelar o que se pesquisa aqui no Brasil ?. É admirável como um site português anunciava o pesar do seus pesquisadores que também trabalhavam com grafeno não terem financiamento para pesquisa do órgão responsável.
(...) Essa equipa viu recusado o financiamento pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) para o último projecto sobre o grafeno, uma nova forma de carbono com a espessura de um só átomo, quase transparente, denso, resistente, elástico e condutor da electricidade e do calor. João Lopes dos Santos, da Universidade do Porto, e Nuno Peres, da Universidade do Minho, começaram em 2005 a colaborar com os agora laureados Andre Geim e Konstantin Novoselov, de origem russa, a trabalhar na Universidade de Manchester. Dessa colaboração resultou, em 2007, um artigo na revista Physical Review Letters, assinado, além de Geim e Novoselov, por Lopes dos Santos, Nuno Peres e um aluno de doutoramento dos portugueses, Eduardo Castro. Entretanto, Lopes dos Santos publicou outro artigo com a dupla premiada e Nuno Peres outros quatro. (...)
http://www.publico.pt/Ci%C3%AAncias/portugueses-viram-recusado-ultimo-projecto-sobre-o-grafeno_1459831
Também é admirável como já tínhamos muitas informações sobre o material disponível antes da premiação do Nobel que foram convenientemente omitidas pelos meios de comunicação.
http://www.baixaki.com.br/info/4500-pesquisadores-testam-telas-sensiveis-a-toques-feitas-de-grafeno.htm
Também é admirável como já tínhamos muitas informações sobre o material disponível antes da premiação do Nobel que foram convenientemente omitidas pelos meios de comunicação.
http://www.baixaki.com.br/info/4500-pesquisadores-testam-telas-sensiveis-a-toques-feitas-de-grafeno.htm
As manchetes continuam nos sites com o mesmo sensacionalismo. Quem se interessa e tem tempo que pesquise para ficar informado, já que as noticias de última hora e essa informação de “Fast Food” tem como novidade apenas o veiculo a mídia digital por que os costumes, posturas e valores continuam os mesmos! Reforçando na população pouca admiração na produção nacional (exceto é claro as tradicionalmente abençoadas).
Num momento quando se aponta a “educação tecnológica” como uma das medidas para acelerar o desenvolvimento sustentável deveríamos acordar para valores mais coerentes com o esforço da comunidade acadêmica.
Profª. Tanya Argentina Cano Collado. – @tanja_collado